Caminhada mobiliza população no Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes
- Jenildo Cavalcante
- 16 de mai.
- 4 min de leitura

A Prefeitura de Mâncio Lima, em uma ação conjunta com as secretarias municipais, Delegacia de Polícia Civil, Defensoria Pública, Conselho Tutelar, Igreja Católica e gestores escolares, realizou uma caminhada de conscientização pelas ruas da cidade até a Praça São Sebastião.

A mobilização marcou o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, celebrado em 18 de maio.

A ação foi promovida pela Secretaria Municipal de Assistência Social (SEMAS) e contou com a participação de servidores públicos, autoridades locais, estudantes das redes municipal e estadual, além da sociedade civil. Com balões laranjas e cartazes com mensagens de alerta e conscientização, os participantes chamaram a atenção para a gravidade do tema e a urgência do enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolescentes em Mâncio Lima.
18 de Maio – Uma data para nunca ser esquecida

O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes foi instituído pela Lei Federal nº 9.970/2000, em memória ao crime brutal ocorrido em 18 de maio de 1973, que vitimou Araceli, uma menina de apenas oito anos, sequestrada, drogada, espancada, violentada e assassinada. Desde então, a data simboliza o compromisso da sociedade brasileira em proteger suas crianças e adolescentes, mantendo viva a luta por justiça e pelos direitos das vítimas.
Dados preocupantes em Mâncio Lima
Segundo levantamento da Delegacia de Polícia Civil de Mâncio Lima, somente em 2025 já foram registrados seis casos de estupro, o que representa uma média de um caso por mês. Além disso, mais de 10 denúncias seguem em investigação. A maioria dos casos envolve agressores do próprio convívio familiar, como padrastos, pais, irmãos, tios e primos.

Em 2024, a Polícia Civil contabilizou 11 casos comprovados, com procedimentos instaurados e concluídos, evidenciando que o problema persiste e exige atenção constante das autoridades e da sociedade.
Saiba onde denunciar
A denúncia é fundamental para interromper ciclos de violência e garantir proteção às vítimas. Confira os canais disponíveis para denunciar casos de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes:
Disque 181 – Delegacia de Polícia Civil
Conselho Tutelar – (68) 9 9248-0719
Disque 190 – Polícia Militar
Proteção Social Especial – (68) 9 9924-7709
O que disseram:
“Este é um passo muito importante, que envolve a Assistência Social, Polícia Civil, Defensoria Pública e as escolas, na proteção e garantia dos direitos das nossas crianças e adolescentes. Trata-se de um problema grave e, segundo o Ministério Público, todos os dias recebemos novas denúncias. Nosso papel é coibir essa prática, estar junto às escolas e, principalmente, apoiar as famílias.” Adinho Lima, Vice-prefeito de Mâncio Lima.
“Este tema é extremamente relevante, pois infelizmente afeta nossa sociedade de maneira alarmante. Nós, enquanto gestores, temos o dever de proteger nossas crianças e adolescentes, e essa proteção deve começar em casa, no seio familiar. Contudo, dados mostram que é justamente nesse ambiente onde mais surgem casos de violência sexual. Não podemos impedir que os pássaros voem sobre nossas cabeças, mas podemos impedir que façam ninho. A força do nosso pensamento e a nossa consciência são fundamentais para salvar uma sociedade.” Júnior Pinho, Secretário Municipal de Educação, Cultura e Desporto.
“Estamos realizando esta caminhada porque os dados sobre exploração e abuso sexual de crianças e adolescentes são extremamente preocupantes e exigem uma resposta urgente dos poderes públicos. Nossas equipes têm realizado um trabalho contínuo de acompanhamento às famílias que enfrentam essas situações. Além disso, contamos com uma equipe base e uma equipe volante, compostas por psicólogo, assistente social e orientador social, que atuam diariamente identificando situações de vulnerabilidade. Este alerta é para que a população abra os olhos e nos ajude — sociedade e poder público devem caminhar juntos, atentos aos sinais.” Ângela Valente, Secretária Municipal de Assistência Social.
“A Defensoria Pública acredita firmemente que a prevenção e a conscientização são as ferramentas mais eficazes para combater essa mazela social. Por mais que a denúncia seja fundamental, a repressão após o crime não reverte o dano causado. Os traumas sofridos pela vítima podem comprometer sua vida inteira, muitas vezes obrigando-a a mudar de cidade. É essencial estar atento aos sinais que as crianças manifestam, principalmente no ambiente escolar, onde muitos casos são descobertos. As crianças podem não falar com palavras, mas seus comportamentos e atitudes revelam muito sobre o sofrimento que enfrentam.” Dr. Euclides César, Defensor Público.
“O papel da Polícia Civil se intensifica quando o caso chega à Delegacia. Atualmente, temos diversos processos em andamento, alguns já em fase final de julgamento. A população pode contar plenamente com nosso trabalho. Temos uma agente, a única mulher na delegacia, dedicada ao atendimento inicial desses casos sensíveis. A participação da comunidade é crucial — ao identificar comportamentos suspeitos, é fundamental denunciar imediatamente. A violência sexual contra crianças e adolescentes destrói vidas: o agressor, muitas vezes, vai para a cadeia, mas a vítima carrega traumas profundos e permanentes. É uma perda para toda a sociedade.” José Obetaneo, Delegado de Polícia Civil.
“Para nós, enquanto instituição de ensino, é uma honra participar de eventos como este e dar a devida atenção a um problema tão sério. Infelizmente, é frequente vermos notícias de crianças violentadas, muitas vezes por quem deveria protegê-las — pais, tios, avôs ou outros parentes próximos. A escola e seus professores têm um olhar atento, capaz de perceber sinais que até mesmo os pais podem não notar. Quando detectamos comportamentos anormais, como agressividade ou isolamento, imediatamente acionamos os órgãos responsáveis. Nosso compromisso é proteger e zelar pelas nossas crianças.” José Aldenir Rodrigues, Gestor Escolar.
Assessoria de Comunicação Social
Jenildo Cavalcante
Imagens: ASCOM
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