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Foto do escritorPrefeitura Mâncio Lima

Secretaria de Saúde de Mâncio Lima cria alerta para surto de Dengue no Município

Em pouco mais de três meses o bairro São Francisco já é o segundo bairro a apresentar o surto do mosquito Aedes aegypti transmissor da Dengue. O primeiro foi na comunidade Guarani preocupando a comunidade e intensificando as ações de identificação e eliminação por parte dos agentes de saúde.



Um segundo surto da dengue tem preocupado a população de Mâncio Lima em especial os moradores do Bairro São Francisco distante cerca de dez quilômetros do centro da cidade. Este já é o segundo bairro a apresentar casos dessa doença que pode levar a morte. Há pouco mais de um mês no Bairro Guarani diversos casos de dengue foram identificados.



“A dengue é uma doença grave que pode levar a morte e que existe em quatro tipos de vírus. Como o Município não tem estrutura para identificar o vírus estamos realizando medidas preventivas para eliminar esta doença que muito nos preocupa. Já tivemos um surto no bairro Guarani e lá fizemos uma grande ação como a que estamos realizando hoje. O que nos preocupa é que em todos os bairros nossos agentes tem encontrado focos da doença e a perspectiva é que se não houver uma envolvimento da comunidade poderemos ter o surto em todos os bairros e, o que é mais grave, nós não estamos preparados, não temos estrutura para uma epidemia desta doença tão grave que é a dengue”, falou Matinês Rodrigues, Coordenadora da Atenção Básica de Saúde.



Diante da problemática um mutirão está sendo realizado no Bairro São Francisco para combater o mosquito transmissor da dengue. Com o apoio de alunos, professores, Agentes Comunitários de Saúde a Secretária Municipal está fazendo visitas domiciliares, borrifação vetorial, identificação dos locais de reprodução do mosquito, palestras nas Unidades de Saúde e coleta de sangue para exames laboratoriais.


“Esta ação é muito importante, mas não resolve o problema se não tivermos o apoio dos moradores. É preciso que recebam nossos agentes, deixem eles verificarem todo o quintal para averiguar se ali há focos da doença, procurem as unidades de saúde assim que sentir os sintomas, colaborem com a limpeza tendo sempre um olhar para pequenos recipientes com potencial para o desenvolvimento da larva. Um copo no fundo do quintal, uma casca de coco, um tanque desativado, um poço de agua tudo isso é ambiente propicio para a reprodução e desenvolvimento do Aedes aegypti”, finalizou Marinês Rodrigues.


Morador há mais de trinta anos do Bairro São Francisco o aposentado Elisbão Carneiro da Silva, 84 anos, sabe muito bem o que é a doença. Segundo o senhor Vicente, como é conhecido no bairro, pegar dengue pela segunda vez não tem sido uma experiência muito boa para ele agora, os cuidados serão redobrados.


“Já tinha pegado malária duas vezes, mas, entre malária e dengue ainda prefiro malária. Senti muitas tonturas, dores de cabeça, febre alta, doíam todas as juntas do corpo, uma dor tão grande que eu chegava a achar que meus ossos iam quebrar, muita ânsia de vomito, confesso que não é uma doença boa. Agora vou tomar mais cuidado, tinha um tanque aqui em casa que eu usava para tomar banho e que vou mandar derrubar, vou manter meu quintal limpo mais ainda. Eu não imaginava que ia pegar outra vez e, a segunda é ainda pior”, destacou Elisbão Carneiro, aposentado de 84 anos.


Com uma clientela de 215 alunos a Escola Municipal de Ensino Infantil Francisca Rodrigues está localizada bem no meio do foco da dengue. Apenas no mês de setembro cinco funcionários tiveram o exame positivo da doença. Uma das medidas adotadas pela direção da escola, diante do surto no Bairro, é a realização de palestras e conversas com os pais dos alunos quanto aos cuidados para evitar o surgimento do mosquito Aedes aegypti.



“Nós temos uma preocupação muito grande com esse surto de dengue no bairro porque nossos alunos são de famílias carentes, com pouca formação e que muitas vezes estão à mercê dessa doença, pois, estão expostos nos terreiros sujos, mal cuidados e com potencial para a proliferação do mosquito. Já estamos com cinco funcionários doentes e a nossa preocupação é que esse número aumente e a escola venha a fechar. É preocupante porque sabemos que não há nas famílias esse cuidado em ver água parada no fundo do quintal, limpar as caixas d’água e os tanques que é muito comum nas residências dos nossos alunos e, esse processo de mudança de hábitos é lento e trabalhoso”, enfatizou Antônia Valeria da Silva, Diretora da Escola Francisca Rodrigues.


Dengue: sintomas, transmissão e prevenção


Sintomas

A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. A infecção por dengue pode ser assintomática, leve ou causar doença grave, levando à morte. Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele. Perda de peso, náuseas e vômitos são comuns. Na fase febril inicial da doença pode ser difícil diferenciá-la. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, sangramento de mucosas, entre outros sintomas.


Transmissão

A principal forma de transmissão é pela picada dos mosquitos Aedes aegypti. Há registros de transmissão vertical (gestante - bebê) e por transfusão de sangue. A dengue possui quatro sorotipos (DENV 1, 2, 3 e 4), todos com circulação no Brasil. A infecção por um sorotipo gera imunidade permanente para ele. No entanto, uma segunda infecção - por um outro sorotipo - é um fator de risco para o desenvolvimento da forma grave da doença. O período de incubação no homem varia de 4 a 10 dias, sendo em média de 5 a 6 dias. Após este período, surgem os sintomas da doença.


Prevenção

Uma forma de prevenção é acabar com o mosquito, mantendo o domicílio sempre limpo, eliminando os possíveis criadouros. Roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia, quando os mosquitos são mais ativos, proporcionam alguma proteção às picadas e podem ser adotadas principalmente durante surtos. Repelentes e inseticidas também podem ser usados, seguindo as instruções do rótulo. Mosquiteiros proporcionam boa proteção para aqueles que dormem durante o dia (por exemplo: bebês, pessoas acamadas e trabalhadores noturnos).


Tratamento de Dengue

Não existe tratamento específico contra o vírus da dengue, faz-se apenas medicamentos para os sintomas da doença, ou seja, fazer um tratamento sintomático. É importante apenas tomar muito líquido para evitar a desidratação. Caso haja dores e febre, pode ser receitado algum medicamento antitérmico, como o paracetamol. Em alguns casos, é necessária internação para hidratação endovenosa e, nos casos graves, tratamento em unidade de terapia intensiva. Também é importante não tomar medicamentos por conta própria.


Jenildo Cavalcante

Assessoria de Comunicação Social

Imagens: Raphaela Barbary



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