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Mâncio Lima perde uma de suas maiores lideranças indígenas

  • Foto do escritor: Jenildo Cavalcante
    Jenildo Cavalcante
  • 20 de jun. de 2020
  • 2 min de leitura

O cacique Mário Puyanawas no auge dos 77 anos, sempre foi um grande defensor das demarcações das Terras indígenas e sempre buscou transmitir seu grande conhecimento, inclusive no ensino da Língua Indígena, deixando um enorme legado para seu povo e toda Mâncio Lima.


Vítima da COVID-19, Mário Cordeiro de Lima Puyanawas faleceu no hospital do Juruá após 14 dias na unidade hospitalar entre enfermaria e UTI, mas o quadro piorou e ele não resistiu, falecendo neste sábado. O corpo foi sepultado na ala Covid do cemitério Morada da Paz, em Cruzeiro do Sul. Ele deixa esposa e 8 filhos.


O cacique Mario Puyanawas destacou-se junto ao seu povo principalmente no início dos anos 80, quando foi escolhido numa reunião para conduzi-los e lutar pela sonhada demarcação da Terra Indígena.


Fez várias viagens a Rio Branco, Brasília e sempre buscando dar visibilidade ao seu povo, além disso, ainda viajou a Noruega e a Inglaterra, onde recebeu uma quantia no valor de 5.000 dólares, que foi empregada na auto-demarcação da Terra Puyanawa que aconteceu em 1990, mas ainda faltava ser reconhecida pela Funai.

O grandioso, sábio e respeitado cacique, que agora encontra-se no céu sendo recebido suntuosamente pelos seus ancestrais, nunca esquivou-se de repassar seus renomados e valiosos saberes ao seu povo e quem se interessasse a aprender. O chefe (Yura Kaya) foi um dos precursores no ensino da Língua Indígena (Vãda Kuī), trabalhando sua retomada e preservação com outros anciãos do povo.


Reconhecido em muitos lugares do mundo, o cacique fortemente orgulhava-se de ter seguido com o fortalecimento e defesa do evangelho cristão na aldeia, atuando como pastor por muitos anos.


Mario Puyanawa cumpriu sua caminhada com muita dignidade, deixa um enorme legado para seu povo e toda Mâncio Lima. Agora, sem qualquer pertubação, dança o higuima, dança tradicional Puyanawa, com as crianças, na floresta onde tanto admirou. Hoje chora o índio, chora a mata chora a população manciolimense.

Yura Kaya kãday, mãwta higuima txirinū. ( o cacique convida, vamos dançar o higuima).


Mãkayki yura kaya turusu!!

(Pode ir em paz grande chefe, forte e poderoso).


O Prefeito Isaac Lima, a vice-prefeita Ângela Valente e toda gestão junto você externam a família e a aldeia Puyanawas os mais profundos votos de pesar.



Texto de Jósimo Constant Puyanawas, doutorando e pesquisador indígena do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro.


Mâncio Lima, Acre, 20 de junho de 2020

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